Mazda MX-5 Cup: 20 anos de enorme sucesso deste troféu monomarca de velocidade

Iniciou-se há dias a 20ª temporada da agora denominada Whelen Mazda MX-5 Cup presented by Michelin, um dos mais fantásticos troféus monomarca do planeta, ou não se disputasse com um dos mais icónicos modelos do mundo automóvel, o Mazda MX-5, na sua configuração Cup.

A época de 2024 arrancou no âmbito da Rolex 24 at Daytona, primeira prova da série norte-americana de corridas de resistência organizada pela International Motor Sports Association (IMSA), disputando-se sob assinatura da Mazda Motorsports, divisão de competição da marca japonesa. Este troféu de corridas em circuitos tem como base os MX-5 de estrada, viaturas que, naturalmente, são alvo de um necessário processo de transformação que as torna em máquinas puras de velocidade, desenvolvimento de engenharia que está a cargo da Flis Performance, parceira da Mazda e promotora do troféu.

Englobando prémios monetários e bolsas de competição num montante superior a 1 milhão de dólares norte-americanos, a MX-5 Cup terá, este ano, uma das suas mais competitivas épocas de sempre, dividindo-se por sete fins-de-semana, cada um com duas corridas independentes.

Criação dos MX-5 Cup a cargo da Flis Performance

Os Mazda MX-5 Cup são verdadeiros carros de corrida, construídos propositadamente a partir dos normais roadsters MX-5 da geração “ND” (com especificações de 2016-18 ou 2019+) produzidos em Hiroshima, numa das fábricas da Mazda. Pintados na cor Artic White, os pequenos roadsters saem por barco do Japão rumo aos EUA, seguindo depois para as instalações da Flis Performance, em Daytona Beach, na Flórida, para ali passarem por um aturado processo de transformação.

Entre outras, verifica-se a sua total desmontagem, para depois ser soldado ao chassis um completo roll-cage e se adaptarem os interiores às especificidades desta competição, integrando-lhe mais de 250 peças específicas. Por outro lado, vários dos seus componentes, incluindo o motor Skyactiv-G 2.0 e a caixa sequencial de seis velocidades, são selados para garantir níveis de competitividade idênticos para todas as equipas participantes no troféu.

Todos os processos seguem a restrita regulamentação desportiva do troféu, tendo o selo de certificação da série IMSA, onde este ano a Mazda MX-5 Cup se integra, de modo a garantir-se uma plataforma económica e acessível a pilotos de diferente experiência no universo do motorsport.

Recorde de participantes na primeira corrida de 2025

É ampla a diferença de idades e de palmarés dos 36 pilotos dispostos a discutir o título desta que é a 20ª temporada da agora denominada Whelen Mazda MX-5 Cup presented by Michelin. A grelha de partida em Daytona compôs-se de 36 viaturas, em representação de nove diferentes estruturas de competição, sendo, até à data, o maior plantel de sempre neste troféu cuja primeira edição remonta ao ano de 2006.

A nova temporada iniciou-se com a presença de novos e habituais concorrentes, incluindo Gresham Wagner (‘Campeão’ de 2024 e de 2021) e Jared Thomas (‘Campeão’ em 2023 e 2022), bem como os vencedores das bolsas de competição Mazda MX-5 Cup Shootout 2024, uma iniciativa complementar que a Mazda leva a cabo no final de cada ano, permitindo que jovens valores evoluam as suas carreiras nos circuitos norte-americanos. Noah Harmon e Helio Meza foram os contemplados na iniciativa do final do ano passado, a que se juntou Ashlyn Speed, vencedora da The Mazda Women in Motorsport Initiative Scholarship, ela que é uma das seis concorrentes femininas presentes no troféu de 2025.

Regressando aos prémios, para além das taças inerentes a cada corrida, a Mazda MX-5 Cup de 2025 tem para distribuir um total 1.175.500 dólares norte-americanos, assim divididos: 378.000 para o conjunto das 14 corridas do presente calendário (27.000 por jornada, com prémios para todo o top-10 e para a melhor representante feminina), 540.500 de prémios de final de época (idem para os 10 mais pontuados e para a piloto que mais pontos acumular) e 260.000 em bolsas de competição para os três pilotos que melhores resultados obtenham no chamado Shootout Scholarship, de final de época.

Daytona a abrir uma época que se perspectiva muito emocionante

A primeira das 7 jornadas duplas do calendário de 2025 correu-se na oval Daytona International Speedway, nos passados dias 22 a 24 de Janeiro, um palco onde, após 45 minutos da Corrida #1, a primeira vitória do ano ficaria para por Tyler Gonzalez, da equipa BSI Racing, obtida com 0,51 segundos de vantagem sobre Ethan Goulart (Saito Motorsport Group; o melhor Rookie), e com 0,769 segundos de avanço sobre Bryce Cornet (Spark Performance), o terceiro classificado.

No dia seguinte seria Jared Thomas (JTR Motorsports Engineering) a sair vitorioso da muito atribulada Corrida #2, alcançando uma vitória obtida com uns mínimos 38 milésimos de segundo sobre Todd Burras (AAG Racing) e com 221 milésimos para Ren Messinger (McCumbee McAleer Racing), o melhor estreante, em novo comprovativo da competitividade e equilíbrio de andamentos por que se rege este troféu.

A presente época dividir-se-á pelos restantes seis duplos encontros, com a próxima jornada a ser o Grand Prix of St. Petersburg, de 28 fevereiro a 2 Março, nas que serão as únicas corridas do ano feitas em traçado citadino. Seguem-se os circuitos mais tradicionais de Barber Motorsports Park (2 a 4 de Maio), Mid-Ohio Sports Car Course (6 a 8 de Junho), Canadian Tire Motorsport Park (11 a 13 de Julho) – a única incursão fora das fronteiras dos EUA – e VIRginia International Raceway (22 a 24 de Agosto), numa época que terminará no traçado Michelin Raceway Road Atlanta (8 a 10 de Outubro).

As corridas da Mazda MX-5 Cup de 2025 têm transmissão directa nas plataformas de YouTube da IMSA e da RACER. Informações adicionais podem ser consultadas em https://www.mx-5cup.com/ ou nas redes sociais (Facebook, X, YouTube e Instagram).

Do Reino Unido, à Nova Zelândia e Japão

Sublinhe-se o sucesso planetário que os troféus de velocidade com base nos Mazda MX-5 tem alcançado nos quatro cantos do mundo, não só os assentes na sua versão mais recente, como os que têm como base as três anteriores gerações. São hoje várias as iniciativas que decorrem, não só na Europa, nomeadamente no Reino Unido e nos Países Baixos, como na Nova Zelândia, nas Filipinas e, naturalmente, no Japão, entre outros.

Tal já foi, também, uma realidade em Portugal, país que durante três anos, de 2001 a 2003, contou com a sua própria Mazda Cup, um troféu de velocidade co-organizado pela Mazda Motor de Portugal que teve como base a geração “NB” do MX-5. Dotando-os de um motor de 1.8 litros que, fruto da aplicação de um kit da Astra, permitiu elevar-se a potência aos 170/180 cavalos, esta máquina de competição contava com sistemas de travagem, suspensão e direcção específicos, para além dos necessários reforços estruturais, nomeadamente pela integração do obrigatório roll-cage.

Os calendários dividiram-se pelos mais conceituados circuitos portugueses (Vila Real, Vila do Conde, Estoril e Braga) e espanhóis (Jarama e Jerez de la Frontera), palcos onde as duplas de pilotos, compostas por nomes conceituados do motorsport nacional e outros em início de carreira, se entregaram a diversas lutas pelas melhores posições, disputadas pela mais de dezena e meia de MX-5 Cup presentes em cada série. Em 2001 seriam Lourenço Rosa / Ricardo Bravo a sagrar-se ‘Campeões’, um feito que o primeiro repetiria na edição seguinte, mas então a par com Aragão Teixeira. Já em 2003 seriam Hugo Godinho / Nuno Cabral, os derradeiros titulados da Mazda Cup portuguesa.

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